terça-feira, 13 de outubro de 2009
Porque o amor é sempre amor, mesmo que mude.
Houve dias em que eu me perguntei de onde é que saía tanta lágrima. Me perguntei se elas não iam secar nunca. De tudo que eu pensei nesses últimos dias, o que mais me deteve foi: a dor é inevitável, o sofrimento é opcional. Eu sabia disso, eu sempre soube. Mas eu queria sofrer, eu queria chorar, soluçar. Ouvi falar que a dor da morte do amor é semelhante a dor da morte, só que pior : pois se podia ter a pessoa - já que está viva, e não se tem - seria "evitável", enquando que a morte não. Por isso dói mais. E eu descobri isso na pele. E eu queria chorar até dormir, todos os dias. Queria viver meu luto. Eu sabia que ia passar uma hora, mas enquanto isso eu queria chafurdar na dor, queria gritar ao mundo que essa dor era só minha e que me deixassem em paz com ela - como um cão com seu osso. E eu chorava, um choro dolorido. Muito dolorido. Daqueles que te fazem abraçar as pernas, se encolher inteiro pra não desabar - como uma última tentativa de me manter íntegra. Parecia que eu ia me desfazer. Havia um buraco aqui dentro que não se preenchia com nada. E fazia frio, muito frio. E eu, que não bebo, desejei ter um conhaque pra aguentar esse inverno. Me dava raiva quando eu ligava o rádio, e tocavam aquelas músicas alegres que eu sempre adorei. Era como se tivessem jogando na minha cara o meu estado, sabe? E me sufocava mais ainda. Um nó na garganta. Uma vontade de voltar atrás.Mas eu não conseguia voltar atrás. Eu tinha que continuar. Porque eu sabia que tinha acabado e que seria burrice insistir. Eu só não queria aceitar. Eu não precisei de um conhaque, precisei só de um amigo que me fez rir. E quando eu vi, novamente, o quanto sorrir é bom, eu esqueci de ser triste. E aos poucos, eu não quis mais ter você de volta. É claro que eu ainda amo a forma como os seus olhos verdes piscam. É claro que eu ainda lembro do seu perfume e da sua risada e do seu abraço. É claro que eu ainda amo tudo isso. Mas amo de uma forma diferente. Amo como se ama tudo que foi bom, um dia, e passou. E quando me perguntarem porque a gente acabou, não posso dizer que não deu certo. Deu certo, sim, e muito, mas acabou. Tudo tem um fim. Por um motivo ou por outro. Há amores que podem render dois, três livros, e há alguns que duram apenas um conto, e nem por isso são menos amor, menos apaixonantes. ;) 03.10.09
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Atenção que me enche de alegria! (:
PS: Beijinho pra todos e eu respondo assim que der.