terça-feira, 18 de janeiro de 2011

o poder na delicadeza.


Foi, pois, assim que o explorador descobriu, toda em pé e a seus pés, a coisa humana menor que existe. Seu coração bateu porque esmeralda nenhuma é tão rara. Nem os ensinamentos dos sábios da Índia são tão raros. Nem o homem mais rico do mundo já pôs olhos sobre tanta estranha graça. Ali estava uma mulher que a gulodice do mais fino sonho jamais pudera imaginar. Foi então que o explorador disse, timidamente e com uma delicadeza de sentimentos de que sua esposa jamais o julgaria: - Você é Pequena Flor.


Trecho de "A menor mulher do mundo" de Clarice Lispector, o preferido de L. F. Verissimo.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

meus sem fins.


Ontem você disse que eu acabei a crônica antes do final. E eu concluí dolorosamente que sempre faço isso. Sou um grande ponto final que interrompe as coisas pelo medo de ir até o fim. Aí pensei em acrescentar algumas frases à crônica, mas escrever é tão difícil. Cada texto é uma confissão tirada do meu corpo para que eu não adoeça de tantos pensamentos dentro de mim, percorrendo cada canto numa velocidade astronômica. E cada frase aparentemente imperfeita tem uma perfeição que só faz sentido porque me define com uma precisão que não é literária. Uma definição crua e bruta exposta sem medo do olhar do outro, mas do meu próprio olhar. Eu me traio porque me julgo. E fico encarando a menina cheia de defeitos, tiques manias e pontos finais. Sou uma interrogação e um ponto final. Juntos. E não sei em que ordem. Porque tudo parece tão complexo que dá preguiça de analisar. Então eu pego todas as coisas que me fazem parecer uma pessoa superficial e saio de casa para fazer coisas superficiais, falar de assuntos superficiais e ser uma grande coisa superficial ambulante. Mas só durante cinco minutos, que é o tempo que eu agüento de verdade. Eu não sei sorrir sem querer sorrir. Eu não sem brincar sem querer brincar. Eu não sei ser legal sem querer ser legal. Mas quando eu sou, eu sou de forma tão completa que não existe uma parte do meu corpo que não transborde tudo isso. E meu único padrão é balançar a perna compulsivamente até fazer uma cratera no chão. E rir compulsivamente até doer a barriga. Minha confusão particular é o que me aproxima do surreal, do sonho, da loucura, do meu lado criança, do meu lado mulher, do meu lado gente, de todos os meus lados – alcançáveis ou não. Escrever é minha forma de me entender. Ponto final.

domingo, 16 de janeiro de 2011

minha galeguinha. hihi


"Os gatos não se movimentam por qualquer coisa, transformam os seus donos em mordomos."

sábado, 15 de janeiro de 2011

das suas facetas.


"Estou tentando aprender que esse homem que brinca comigo é o mesmo homem sério que fala comigo sobre dinheiro e com tanta seriedade que nem parece mais que está me vendo, e também o homem paciente que me dá conselhos em momentos difíceis, e o homem zangando que bate a porta com força quando sai de casa.
Muitas vezes desejei que o homem brincalhão fosse mais sério, que o homem sério fosse menos sério e que o homem paciente fosse mais brincalhão. Quanto ao homem zangado, ele é um estranho pra mim e não sinto que seja errado ter ódio dele.
Agora estou aprendendo que, se digo palavras ásperas para o homem zangado quando ele sai de casa, estou ao mesmo tempo magoando os outros, aqueles que não quero magoar: o homem brincalhão que me caçoa, o homem sério que fala sobre dinheiro e o homem paciente que me dá conselhos.
No entanto, eu olho para o homem paciente, por exemplo, a quem quero acima de tudo proteger de palavras ásperas como as minhas e, embora eu me diga que é o mesmo homem que os outros, só consigo acreditar que falei aquelas palavras não para ele, mas sim para um outro, meu inimigo, que merecia toda minha raiva."

sábado, 1 de janeiro de 2011

Nesse ano...


“Para você, desejo o sonho realizado. O amor esperado. A esperança renovada. Para você, desejo todas as cores desta vida. Todas as alegrias que puder sorrir. Todas as músicas que puder emocionar. Para você neste novo ano, desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família esteja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida. Gostaria de lhe desejar tantas coisas. Mas nada seria suficiente... Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos. Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto, ao rumo da sua felicidade”