terça-feira, 29 de junho de 2010
eu aposto.
A gente não tem como saber se vai dar certo. Talvez, lá adiante, haja uma mesa num restaurante, onde você mexerá o suco com o canudo, enquanto eu quebro uns palitos sobre o prato - pequenas atividades às quais nos dedicaremos com inútil afinco, adiando o momento de dizer o que deve ser dito. Talvez, lá adiante: mas entre o silêncio que pode estar nos esperando então e o presente - você acabou de sair da minha casa, seu cheiro ainda surge vez ou outra pelo quarto, quem sabe não seremos felizes? Entre a concretude do beijo de cinco minutos atrás e a premonição do canudo girando no copo pode caber uma vida inteira. Ou duas. Passos improvisados de tango e risadas, no corredor do meu apartamento. Uma festa cheia de amigos queridos, celebrando alguma coisa que não saberemos direito o que é, mas que deve ser celebrada. Abraços, borrachudos, a primeira visão de seu necessaire (para que tanto creme, meu Deus?!), respirações ofegantes, camarões, cafunés, banhos de mar - você me agarrando com as pernas e tapando o nariz, enquanto subimos e descemos com as ondas, mãos dadas no cinema, uma poltrona verde e gorda comprada num antiquário, um tatu bola na grama de um sítio, algumas cidades domesticadas sob nossos pés, postais pregados com tachinhas no mural da cozinha e garrafas vazias num canto da área de serviço. Então, numa manhã, enquanto leio o jornal, te verei escovando os dentes e andando pela casa, dessa maneira aplicada e displicente que você tem de escovar os dentes e andar ao mesmo tempo e saberei, com a grandiosa certeza que surge das pequenas descobertas, que sou feliz. Talvez, céus nublados e pancadas esparsas nos esperem mais adiante. Silêncios onde deveria haver palavras, palavras onde poderia haver carinho, batidas de frente, gritos até. Depois faremos as pazes. Ou não? Tudo que sabemos agora é que eu te quero, você me quer e temos todo o tempo e o espaço diante de nossos narizes para fazer disso o melhor que pudermos. Se tivermos cuidado e sorte - sobretudo, talvez, sorte - quem sabe, dê certo? Não é fácil. Tampouco impossível. E se existe essa centelha quase palpável, essa esperança intensa que chamamos de amor, então não há nada mais sensato a fazer do que soltarmos as mãos dos trapézios, perdermos a frágil segurança de nossas solidões e nos enlaçarmos em pleno ar. Talvez nos esborrachemos. Talvez saiamos voando. Não temos como saber se vai dar certo - o verdadeiro encontro só se dá ao tirarmos os pés do chão, mas a vida não tem nenhum sentido se não for para dar o salto.
Antônio Prata.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
ei!
Eu preciso saber que o tumtumtum do seu coração ainda é pra mim - e por mim. Preciso ver o brilho do seus olhos quando encontram os meus. Preciso ver a sua pele arrepiar quando eu disser que te amo. Preciso saber que nada nesse mundo vai nos separar. Preciso ver que eu ainda te faço sorrir. A gente anda tão distante! A gente anda tão por-um-fio... Alguém, pelo amor de Deus, traz uma corda pra eu puxar você de volta e amarrar outro nó? Preciso te sentir em mim - comigo. Preciso saber que todos os nosso planos não serão em vão. Preciso saber que o seu coração ainda aperta um pouco quando estamos longe. E que aquelas adoráveis e perturbadoras borboletas continuam se esbarrando no seu estômago quando eu abro a porta. Eu preciso de fogo - pra não deixar o meu - seu - coração esfriar. Preciso de um desfribilador - pro coração não parar de fazer tumtumtum.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Vários pensamentos soltos.
Não tenho medo da morte. Não da minha. Claro que eu não espero ansiosamente o meu último suspiro. Muito pelo contrário: queria viver pra sempre. Porque a vida - mesmo com todos os desencontros e barrancos e tropeços e quedas - ainda é bonita, é bonita e é bonita. E mais: queria que tods as pessoas que me são caras vivessem para sempre. Estremeço ao pensar na morte ds meus. Deve ser medo de ficar sozinha. O fato é que andei pensando que seria melhor morrer primeiro. Papo brabo, esse de morte, né? Mas é sério, talvez eu seja muito individualista, mesmo. Neuroticamente egoista. Ou muito muito medrosa. Tenho medo de não ter ninguém pra me distrair de mim. Tenho medo de me perder em mim, nos meus pensamentos loucos.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Vem, meu amor,
que a vida é muita curta pra ser levada tão a sério. Não temos tempo tempo pra tanta bobagem. Vem cá, me abraça forte, sinto saudades. Eu te amo tanto... Aproveita o tempo que nos foi dado: agora. Preciso ouvir sua voz: fala comigo. Ri junto comigo. Eu adoro a tua risada engraçada. Chega mais perto, eu preciso sentir teu cheiro - e lembrar o quanto é lindo quando ele se junta ao meu. Não perde o tempo:usa-o. O próximo instante já pode ser tarde.
Assinar:
Postagens (Atom)